Em ato inédito, dois ministros vão ao Conselho de Direitos Humanos da ONU para promover o Brasil. Damares Alves e Ernesto Araújo dividirão a fala num contexto de duras críticas da sociedade civil.
Na semana passada, a ministra anunciou a criação de uma força-tarefa para revisar o Plano Nacional de Direitos Humanos sem incluir membros da sociedade civil. Ativistas temem que esse seja um movimento de copiar a americana Comissão de Direitos Inalienáveis, criada no governo Trump, para restringir os direitos sexuais e reprodutivos.
Entrevistada pela coluna do correspondente internacional Jamil Chade, a coordenadora do SPW, Sonia Corrêa, argumentou que esse ato em duo pode ser lido de duas formas, como uma maneira de
[…] exibir ao mundo o bastão que o Brasil recebeu do derrotado governo Trump de liderança global em políticas regressivas em relação à proteção seletiva da liberdade religiosa e repúdio sistemático a gênero e direitos sexuais e reprodutivos, em particular o direito ao aborto e também como uma tentativa, certamente fadada ao insucesso, de obscurecer frente ao Conselho de Direitos Humanos o flagrante desmonte da política nacional de direitos humanos, gradualmente consolidada desde os anos 1990 e respeitada internacionalmente.