Nan Goldin é uma fotógrafa americana conhecida por seus retratos extremamente pessoais e honestos. Suas fotografias ricas em cor capturam um mundo universalmente humano e ao mesmo tempo extremamente íntimo. A obra A Balada da Dependência Sexual (The Ballad of Sexual Dependency), um slideshow fílmico, apresenta centenas de momentos intensos e íntimos da vida de Goldin na Nova York dos anos 70 e 80 – a artista na cama com seu amante, drag queens beijando num bar, um homem que vive com HIV/AIDS sofrendo. Enquanto Goldin, agora reconhecida como pioneira na arte da fotografia diarística, documenta de forma imperativamente sincera uma sociedade tomada pela AIDS, pela dependência de drogas e pela violência, sua empatia se reflete nas imagens imbuídas de um notável lirismo. Diferente do frio distanciamento da fotografia documental, fazer fotografia para Goldin é “uma maneira de tocar alguém – uma forma de ternura.”
A sua mostra Escopofilia, ou “o amor em olhar”, captura o “desejo animado por imagens.” A coleção reúne mais de 400 fotografias autobiográficas com outras fotografias de obras de arte no interior do Museu do Louvre em horas fora do expediente. O Louvre, capturado pelas lentes de Goldin, se torna uma casa de desejos e de pele proibidos – tudo menos uma experiência abafada e tradicional. Obras-primas que relembram as viagens passadas ao museu evocam a nostalgia de um amante antigo, agora fotografadas sem nome e vulneráveis. A estética de Goldin tem uma carga erótica contagiante que incita as antigas obras a um fervor sensual por associação. As pin-ups punk-rock são justapostas às formas ideais e clássicas e não há muita diferença entre as duas.
Fonte: artnet