“ser corpo estranho é ser cidadão.
na sociedade normativa acadêmica branca colonizada cisgênero heterossexual consumista.
ser corpo estranho é ter tomado consciência da importância de existir, quando desde criança viver no mundo era seguir padrões em detrimento de sua própria natureza. detrimento do bem estar de ser quem quiser. da liberdade de poder habitar.
eu habito o meu corpo para buscar habitar corpos e espaços nunca conhecidos. utilizo de poesia como forma de sobrevivência sobre a pulsão de ser verdadeiro e estar o tempo inteiro se afirmando. ser só se tornou possível através do contato com corpos estranhos, corpos que habitam sua próprias subjetividades e vivem também na cidade.
corpos estranhos em contato provocam descobrimentos e proporcionam o entendimento de outras realidades, o estranhamento não deve ser motivo para tornar negativo os julgamentos.
o estranhamento precisa ser entendido como o contato com o outro.
o diferente. diferente em corpo que se fez em trajetórias individuais.
indivíduos. vivendo em solos de controle e manipulação, sendo colocados como sociedade e por isso obrigados ao contato. corpos se tornam obrigados a servir a moeda. a utilizar da prata para atingir ao progresso, que mais uma vez vai em detrimento dos recursos naturais e livres.
nome, coisa, animal, objeto (adedanha)
órgãos de um sistema
em funcionamento pleno
massacreh permanente.
@theusinha
em estado de graça.”
SERTRANSNEJA – Cordel de múltiplas autorias em que Matheusa colaborou na realização da arte
Série de fotografias Polaroid
Editorial MANAS acervo @made_in_brecho // styling-produção-direção criativa @gabepassareli, @theusinha e @lize.delia // beauty @mimimiqueen // foto @zabenzi
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