Nesta semana, colunistas homens do jornal Folha de Paulo estão cedendo seus lugares para que mulheres reflitam criticamente sobre os direitos das mulheres no contexto brasileiro, abordando questões como aborto, autonomia, direito ao corpo, liberdade sexual, feminismo, violência sexual e machismo, entre outras questões. A campanha – denominada “Agora é que são elas” – acontece em um momento de ataques aos direitos das mulheres, particularmente no Congresso Nacional, com projetos leis regressivos (como o PL 5069), e também nos meios de comunicação (como é o caso da blogueira Lola Aronovich, do blog Escreva Lola Escreva, alvo de ataques de setores conservadores e radicais).
Apesar do contexto desfavorável, outras iniciativas feministas também têm obtido notoriedade, como é o caso das campanhas “primeiro assédio” e “Chega de fiu fiu“, e a formação de coletivos feministas em escolas de ensino médio. É importante destacar ainda que o debate sobre os direitos das mulheres esteve presente no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) no último final de semana, que trouxe questões citando a filósofa Simone de Beauvoir e propôs como tema da redação a discussão sobre violência contra a mulher.
Abaixo, o SPW lista as colunas e artigos que integram até o momento a campanha “Agora é que são elas”.
#AgoraÉQueSãoElas – Manoela Miklos (na coluna de Gregorio Duvivier)
Nesse sangue está também o teu corpo – Ana Kiffer (na coluna de Fernando Canzian)
Abortemos o projeto de Cunha – Maria Rita Kehl (na coluna de Contardo Galligaris)
Agora É Que São Elas – Symmy Larrat (na coluna de Laura Carvalho)
A bola é mulher. E se move! – Camila Kfouri (no blog do jornalista Juca Kfouri)
Abram alas – Lucia Nader (na coluna de Matias Spektor)
Multidão de mulheres presas – Débora Diniz (na coluna de Hélio Schwartsman)
Fanatismo gera fanatismo – Heloisa Seixas (na coluna de Ruy Castro)
O primeiro ultrassom – Laura Matos (na coluna de Rogério Gentile) (observação: o texto traz pontos de vista contrários em relação a um dos temas abordados na campanha: o aborto. Em todo caso, o artigo levanta questões cruciais para o debate sobre o fenômeno, como o papel das tecnologias biomédicas na construção de representações sobre o feto)