Apesar da derrota de Trump, Bolsonaro não vai abandonar a agenda internacional ultraconservadora que assumia com o respaldo americano. Como apurou a coluna do correspondente internacional Jamil Chade, publicada no UOL, uma das formas será o protagonismo brasileiro em levantar a bandeira da “liberdade religiosa”.
Espera-se que o Brasil seja a sede da Reunião Ministerial para a Liberdade Religiosa em 2021, que reúne líderes como Viktor Orban, para promover um ataque direto contra os direitos sexuais e reprodutivos, mas com efeitos ainda mais amplos.
À coluna, a coordenadora do SPW, Sonia Corrêa, afirmou que o lugar do Brasil nessa empreitada deve-se também a questões geopolíticas:
O lugar e peso geopolítico do país oferecem às forças do neoconservadorismo global uma plataforma de acesso e, eventual influência, a países e regiões as quais a diplomacia dos outros estados deste campo não chegam. Não estou me referindo apenas à América Latina, onde isso é mais que flagrante, mas também à África subsaariana, sem esquecer os BRICS. Esse tecido sedimentado durante décadas de diplomacia multilateral e democrática está sendo vampirizado pelas forças de direita.