Marcela Romero, coordenadora-geral da Associação de Travestis, Transexuais e Transgênero da Argentina, foi nomeada Mulher do Ano no último dia 24 de novembro, pela Comissão da Família e da Mulher da Câmara dos Deputados argentina. Marcela é uma transexual feminina e, em agosto de deste ano, venceu uma longa batalha judicial de dez anos para conseguir seu documento de identidade com seu nome feminino.
Escolhida entre outras 12 mulheres ativistas que atuam no combate à desigualdade e pobreza, em defesa do meio ambiente e de outras causas no país, Marcela declarou que receber o prêmio Mulher do Ano foi um acontecimento histórico em termos políticos, podendo trazer aspectos favoráveis à defesa da diversidade e dos direitos sexuais. “Em termos políticos, este fato é histórico, porque foi a primeira vez que políticos/as argentinos/as reconheceram a identidade de gênero de uma pessoa trans feminina. Isto marca um precedente importante na história da militância trans na Argentina e em toda América Latina. A visibilidade no campo político é fundamental para a conquista dos nossos direitos”, ressaltou a premiada.
Com relação às reações negativas de algumas pessoas e grupos diante de sua premiação, Marcela lembrou que se devem à falta de informação, o que, segundo ela, tem levado à violação dos direitos das pessoas trans na Argentina. “Geralmente, há setores da sociedade que reagem negativamente por falta de informação e desconhecimento sobre quais são os direitos civis das pessoas trans femininas, levando-se em consideração que na Argentina se violam os direitos de nossa comunidade”, finalizou Marcela.