Por ocasião do lançamento do novo site do SPW, convidamos alguns parceiros de longa data para explorar nosso arquivo e selecionar um conteúdo (uma publicação, artigo, edição do boletim informativo, etc) para ser destacado como uma contribuição relevante para o nosso campo de pesquisa e ação e escrever algumas linhas explicando por que esse “algo” é importante.
A seguir, compartilhamos as generosas palavras de Raquel Rodrigues sobre o Pequeno Dicionário de Termos Ambíguos do Debate Político Atual. Raquel tem doutorado e mestrado em Linguística Aplicada pelo Programa Interdisciplinar de Pós Graduação em Linguística Aplicada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PIPGLA/UFRJ), é professora de inglês na rede federal de ensino básico, técnico e tecnológico e mãe de dois jovens. Ela foi uma das autoras do Pequeno Dicionário.
O conteúdo recomendado por ela está disponível neste link.
O acervo do SPW é uma referência na construção e divulgação de conhecimento produzido sobre política de sexualidade e temas afins. Uma publicação recente da qual tive a honra e o prazer de participar é o “Termos ambíguos do debate político atual: pequeno dicionário que você não sabia que existia”. O “pequeno dicionário”, de um escopo para além de sexualidade e gênero, aborda questões de raça e outras formas de opressão, discriminação, distorção apagamento e desinformação que se manifestam muito ultimamente no dia a dia do povo brasileiro através da linguagem, especialmente nas redes sociais. Este foi um projeto independente de pesquisa da SPW com o Programa de Pós-graduação em Linguística Aplicada da UFRJ, reunindo docentes e estudantes do PIPGLA para sua elaboração a muitas mãos de forma colaborativa entre nós, quando tivemos a oportunidade de aprender muito e devolver à sociedade na forma de dois livros digitais gratuitos, um para adultos e um simplificado para jovens. No Colégio Pedro II, onde leciono, ofertamos no ano passado (2024) uma ação de extensão chamada “Circulação de discursos em ambiente digitais: linguagem e cidadania”, com base no projeto para refletirmos sobre como fazer uso da publicação ou buscar inspiração nela para práticas pedagógicas cotidianas. O material tem potencial de informar e preparar cidadãos críticos, não apenas docentes, para embates perniciosos que nos são impostos com frequência.
Outra publicação preciosa, necessária e precisa disponível no site é o “Gênero e Política na América Latina”: Estudos de Caso Versões Condensadas. Para minha tese “MINHA PRIORIDADE NÚMERO 1 É SOBREVIVER”: Silenciamento antipedagógico e estratégias de resistência, defendida em setembro de 2023, foi crucial ter como base na literatura a pesquisa feita por Sonia Corrêa e Isabela Kalil sobre a situação calamitosa no Brasil envolvendo mitos e folclores como a famigerada “ideologia de gênero”. Tal termo espantalho se mostrou o exemplo máximo de pânico moral mobilizado por diferentes agentes sociais, com efeitos decisivos nas eleições de 2018, por exemplo, assim como na formação do exército de vigilância que o Escola sem Partido se tornou em dado momento. O olhar panorâmico introdutório de Fernando Serrano é de suma importância para se ter uma noção do que já se desenhava em 2021 nos palcos e bastidores da política de sexualidade atual em que mulheres e pessoas LGBTQIA+ são constantemente vilipendiadas em todo o mundo.